quinta-feira, 30 de abril de 2009

QUEM ERAM OS MAIAS?



Os Maias eram uma antiga família da Beira, sempre pouco numerosa, sem parentela – e agora reduzida a dois varões, o senhor da casa, Afonso da Maia, um velho já e o seu neto Carlos que estudava medicina em Coimbra. Quando Afonso se retirara definitivamente para Santa Olávia, o rendimento da casa excedia já cinquenta mil cruzados: mas desde então tinham-se acumulado as economias de vinte anos de aldeia. Tinha também havido a herança de um parente, Sebastião da Maia, que desde 1830 vivia, sem mais família, em Nápoles, ocupando-se de numismática. Vilaça, o procurador da família Maia podia sorrir com satisfação quando dizia que a família ainda tinha algum dinheirinho para a manteiga de uma fatia de pão.

Vilaça tinha aconselhado a venda da Tojeira, mas nunca tinha concordado com Afonso quanto à venda da casa de Benfica.

Agora, os Maias, com o Ramalhete inabitável, não possuíam uma casa em Lisboa; e se Afonso naquela idade amava o sossego de Santa Olávia, o seu neto, rapaz de gosto e de luxo que gostava de passar as férias em Paris e em Londres, não queria, depois de formado, ir viver nos penhascos do Douro.

E com efeito, meses antes de Carlos deixar Coimbra, Afonso espantou Vilaça quando lhe anunciou que decidira vir habitar o Ramalhete. O procurador fez um extenso relatório a enumerar os inconvenientes do casarão: o maior problema era o da casa necessitar de muitas obras.
1. Quem são os Maias?
2. Indique o nome dos dois varões da família.
3. Que relação de parentesco existe entre os dois homens?
4. Como classifica a situação financeira da família Maia?
5. Quem lhes deixou uma herança?
6. Qual a profissão de Vilaça?
7. Afonso da Maia seguia sempre os conselhos que o procurador lhe dava? Justifique a resposta.
8. O avô e o neto têm os mesmos gostos? Ilustre a resposta com o texto.
9. Para onde vão os Maias viver quando Carlos acabar o curso de medicina?
10. Afonso da Maia informou que vinha viver para o Ramalhete. Qual foi a reacção de Vilaça?
11. A casa já estava pronta para ser habitada?
12. Como classifica o narrador deste texto?



II

1. Em cada uma das séries dadas, indique o intruso:

1.1. Reduzida, abreviada, atenuada, resumida, relatada
1.2. Misturara, afastara, retirara, apartara, desligara
1.3. Excedia, comia, sobrava, passava, sobejava
1.4. Acumulado, passado, reunido, juntado, armazenado
1.5. Satisfação, contentamento, inconveniente, gosto, agrado

2. Escreva o antónimo de:

2.1. numerosa
2.2. sem
2.3. reduzida
2.4. neto
2.5. definitivamente
2.6. mais
2.7. algum
2.8. venda
2.9. inabitável
2.10. extenso

3. Coloque a preposição adequada:

3.1. Os Maias eram naturais ______ Beira, possuíam um bom rendimento e receberam a herança ______ um parente que vivia ______ Itália.
3.2. Afonso, já velho, ______ o sossego ______ Santa Olávia, mas Carlos gostava mais ______ luxo ______ vida ______ Lisboa.
4. Releia o texto “Quem eram os Maias” e transcreva os aumentativos encontrados.
5. Elabore duas frases usando aumentativos diferentes.

III

Afonso da Maia gosta mais da calma, do sossego e da tranquilidade de Santa Olávia.
Carlos da Maia prefere a vida agitada das grandes capitais, por isso, nas férias vai para Paris, Londres,… e, quando acabar o curso, quer ir viver para Lisboa.

Em não mais de vinte linhas, indique se gosta mais da vida no campo ou na cidade, explicando as razões da sua preferência.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

OS MAIAS



Obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. É um romance realista e naturalista onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.

A obra ocupa-se da história de uma família – Maia – ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores de Carlos da Maia e Maria Eduarda. Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (na política e na cultura) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eça de Queirós - Biobibliografia



José Maria Eça de Queirós nasceu em 1845, na Póvoa de Varzim e morreu em 1900, em Paris. Estudou Direito em Coimbra, onde conheceu outro escritor, Antero de Quental, de quem se tornou muito amigo.

Em 1867 funda o jornal O Distrito de Évora.

Com outro escritor, Ramalho Ortigão, publica no Diário de Notícias, em folhetins, O Mistério da Estrada de Sintra (1870). No ano seguinte começa a publicar As Farpas. Concorre à diplomacia, começando por ser cônsul em Havana, depois em Newcastle e a partir de 1888 em Paris. Em Inglaterra, Eça de Queirós escreveu grande parte da sua obra, através da qual se revela um dos mais importantes escritores da língua portuguesa.

Eis as suas obras mais importantes: O Crime do Padre Amaro (1878), A Relíquia (1887), Os Maias (1888 – considerada a sua obra-prima), A Ilustre Casa de Ramires (1897) e A Cidade e as Serras (1899). Parte da restante obra foi publicada já depois da sua morte.
 
http://www.dgidc.min-edu.pt/inovbasic/biblioteca/jornais/jornais-ler-fazer.doc